Museu da Justiça promove encontro literário com troca de livros em Niterói

A professora, poeta, escritora e contadora de histórias Ana Luísa Magalhães participou do "Museu Convida" e foi entrevistada por Sthefani Lima Teixeira, mediadora do evento e auxiliar de documentação do Museu da Justiça.

Em mais uma edição do programa “Museu Convida”, o salão do Tribunal Pleno do Museu da Justiça de Niterói recebeu, na tarde desta terça-feira, 29 de julho, a professora, poeta, escritora e contadora de histórias Ana Luísa Magalhães para uma conversa que abordou literatura, escuta, sensibilidade e representatividade.

Idealizadora do projeto “Estórias Viajantes” e autora dos livros “O que é, o que é?” e “Quando vem a poesia”, Ana Luísa já acumula mais de duas décadas em salas de aula, mas ainda carrega um brilho no olhar quando fala sobre sua experiência ao apresentar o universo literário para as crianças. 

“As crianças têm a capacidade de deixar a criatividade fluir e fazer esse deslocamento do material para o mundo imaginário. E o livro proporciona isso. Então, a minha preocupação é que, com esse objeto na mão, as crianças não deixem morrer a infância e a imaginação, e que elas tenham a oportunidade de escolher as histórias que ficarão guardadas na memória”, destacou.

Preocupada em transmitir sua mensagem nos livros com amor e leveza, a escritora não esquece do papel importante da representatividade em sua obra. A personagem principal de “O que é, o que é?” foi pensada por Ana  como forma de homenagear a filha, que sempre foi apaixonada pelas histórias de princesas, mas, desde cedo, percebeu que não havia uma protagonista negra nos livros que lia.

“A literatura é muito utilizada para falar sobre ações e necessidades da nossa sociedade, mas a nossa realidade vem sendo tão caótica que, às vezes, esquecemos de imaginar e sonhar. E, com a literatura, eu posso escrever um texto em que uma criança negra pode despertar o sonho de ser o que quiser, sem deixar essa realidade ditar o que essa criança deve fazer”, acrescentou.

Durante o encontro, a escritora também conversou com o público sobre seu processo criativo e o surgimento do “Estórias Viajantes”, projeto criado por ela durante o período da pandemia. Em seu perfil na rede social Instagram, o @estoriasviajantes, Ana Luísa tem promovido o “Sexta Poética”, em que, toda semana, um escritor ou poeta é selecionado para ser homenageado e ter sua obra apreciada. 

Ao final do evento, quem prestigiou o encontro teve a oportunidade de participar da “Troca de Livros”, que acontece semanalmente no Museu da Justiça no Rio de Janeiro e também em Niterói. Com o objetivo de valorizar os livros e o diálogo, a iniciativa permite que os visitantes do Museu levem um exemplar, em bom estado, para ser trocado por outro de seu interesse, democratizando o acesso à leitura e incentivando a formação de novos leitores através de uma troca de experiências.  

PB*/MB

*Estagiário com supervisão de MB

Foto/PB*