Endocrinologista prega mudança de hábitos para o combate à diabetes em palestra no TJRJ
“O diabetes começa muitos anos antes do açúcar aumentar no sangue. Por isso, como forma de prevenção antes da doença se manifestar, as pessoas devem evitar, a todo custo, as três piores escolhas: engordar, não praticar atividade física e se alimentar de forma inadequada”, alertou a especialista em endocrinologia e metabologia e médica do trabalho, Lilian Sznajder, durante a palestra promovida nesta terça-feira, dia 14, pelo Departamento de Saúde (Desau) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
A diretora da Divisão Pericial do Desau abordou em sua apresentação procedimentos para se evitar a doença, principais cuidados e controle, destacando o Diabetes tipo 2, mais comum nos adultos. Ela ressaltou, porém, que a má alimentação e o sedentarismo está aproximando o Diabetes tipo 2 das crianças e dos adolescentes.
“O Diabetes tipo 2 está se tornando também uma doença cada vez mais comum na infância e na adolescência em razão do perfil atual das crianças e dos jovens, cada vez mais sedentários, praticando menos atividades físicas, ingerindo muitos alimentos industrializados e tornando-se cada vez mais obesas”, avaliou.
Lilian Sznajder aconselhou as pessoas diagnosticadas com diabetes que se procurem mudar seu estilo de vida: “A mudança dos maus hábitos é fundamental para o sucesso do tratamento, como parar de fumar, aumentar a atividade física, melhorar os hábitos alimentares, além de buscar o controle de fatores cardiovasculares como hipertensão e colesterol alto”, destacou.
Diabetes no Brasil
De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em abril desse ano, o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% no ano passado. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelou ainda que as mulheres registram mais diagnósticos da doença – o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens.
O Rio de Janeiro é a capital brasileira com a maior prevalência de diagnóstico médico de diabetes, com 10,4 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Natal e Belo Horizonte (ambos com 10,1), São Paulo (10), Vitória (9,7), Recife e Curitiba (ambos com 9,6).
JM/
Foto: Brunno Dantas/TJRJ