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Curso de Formação de Mediadores enche auditório na Emerj
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 05/06/2017 19:57

Em vez de se basear exclusivamente no texto frio da lei, ela se faz no diálogo. Em vez de ser adversarial, é consensual. Em vez de ser impositiva, é negociada. Não é por menos que foi ela, a mediação, que nesta segunda-feira, 5, encheu o auditório desembargador Joaquim Vizeu Penalva Santos com os 80 futuros mediadores que se capacitarão pelo curso de formação oferecido pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).

Em parceria com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a aula inaugural do Curso de Formação de Mediadores Judiciais foi ministrada pelo presidente do núcleo, desembargador Cesar Cury. “Nós não saímos de uma base fática, de uma realidade sociológica para a composição da Lei de Medição. Nós subvertemos o processo, fizemos uma lei para induzir um comportamento social”, explicou o magistrado, que foi enfático sobre a necessidade da criação de um novo paradigma que substitua o hábito do brasileiro de judicialização da vida. “É uma cultura, nós temos que lutar contra ela até que se forme outra”, ressaltou.

Além desse aspecto, as particularidades da Lei nº 13.140, as exigências da resolução 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o funcionamento da estrutura dedicada à mediação no TJRJ também foram discutidos na primeira aula. “Eu gostaria de deixar um registro de otimismo. Bem-vindos à mediação, eu tenho certeza absoluta de que vocês vão descobrir um mundo novo e vão se deslumbrar com ele”, felicitou o desembargador.

Sula Covre, advogada há 30 anos, inscreveu-se no curso pela oportunidade de atuar como mediadora no TJRJ e acredita que é urgente o investimento em métodos que não levem ao processo judicial. “A mediação é o futuro, nós não temos outra saída. Nossos tribunais já estão efetivamente sem condições de solução e eu acho que há a necessidade, obrigatoriamente, de mudar nossa cultura de uma vez por todas, nossa sociedade não admite mais a situação extrema de que tudo tem que buscar a Justiça”, reflete.

Já a psicóloga Janaína Câmara, acostumada a encarar os conflitos no consultório, destaca a importância da mediação na área da família, agindo como uma ferramenta que possa resolver, de forma menos traumática, as questões que envolvam crianças. “Você vê uma luz no final do túnel que, hoje em dia, ninguém está conseguindo ver”, observa.

O curso de formação de mediadores judiciais vai até o dia 16 de novembro. Com o total de 160 horas, serão 100 horas dedicadas ao módulo teórico e estágio de 60 horas nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejuscs) do TJRJ.

RC/AB

Foto: Brunno Dantas/TJRJ

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