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Servidores e terceirizados do TJRJ realizaram sonho de casamento neste sábado
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 30/11/2013 14:32

O sonho de casar se tornou realidade para 60 casais, em sua maioria servidores e terceirizados do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, que participaram de audiências de conversão de união estável em casamento na manhã deste sábado, dia 30/11, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), no Centro. Apenas dois casais contemplados pela iniciativa não pertencem ao quadro do TJRJ. Esta foi a primeira vez que o Poder Judiciário fluminense realizou um evento do gênero voltado ao público interno.

Ascensorista do Tribunal de Justiça doRio há sete anos, Dirceu Natal de Morais, de 60 anos, oficializou sua união de 22 anos com Rosângela da Silva, de 46. Ele, que já foi casado, após ficar viúvo resolveu convidar a babá das suas três filhas para uma experiência de ficar juntos. A tentativa de relacionamento deu certo e, hoje, eles têm, ainda, um casal de filhos fruto do relacionamento. “O casamento é importante para ter acesso aos seus direitos e para ficar tranqüilo com Deus. O segredo da vida é viver bem com a pessoa que você tem ao lado”, acredita.

Já a servidora Adriana Castelo Branco, de 39 anos, que trabalha como secretária no gabinete da 9ª Vara da Fazenda Pública, viu no evento uma oportunidade de oficializar a união com André Lourenço, de 23 anos, que ela conheceu na faculdade de Direito e com quem tem uma filha, Clara, de um ano e meio, que também compareceu à audiência. O casal está junto há quatro anos. “Muita gente não casa pelo valor, pela burocracia, e acaba se acomodando. É uma questão emocional, é oficializar perante a sociedade”, destacou. 

 A funcionária terceirizada do Departamento de Manutenção Janaina dos Santos Neves, de 36 anos, já tinha perdido as esperanças de casar e estava convicta de que iria “ficar para tia” quando conheceu o serralheiro de alumínio Luiz Alexandre Rodrigues da Silva, de 40 anos, em um bar a que foi com os amigos em Realengo, na zona norte da cidade. Eles já estão juntos há três anos e meio. “Estávamos com a idéia de casar há um tempo. Uma amiga viu na internet que teria o evento e me avisou. Achei a iniciativa muito legal. Eu achava que nunca ia casar, que ia ser a tia solteirona. É Deus quem determina”, disse a noiva. 

Com apenas 19 anos, o operador de supermercado Luís Roberto Santos da Silva oficializou a união de um ano e meio com a porteira Gabriela Ribeiro Pereira, de 22 anos. Mãe de uma menina, ela soube nesta semana que estava grávida do seu primeiro filho com o atual companheiro. Moradores de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, eles trouxeram amigos de infância para serem padrinhos do casamento.

 Juíza fala a casais sobre benefícios jurídicos do casamento

Antes do início das audiências, a juíza da 6ª Vara Cível de Jacarepaguá, Raquel de Oliveira, coordenadora do programa de casamentos comunitários do TJRJ, conversou com os casais sobre a importância da oficialização das uniões em um encontro no auditório Penalva Santos. Ela destacou as razões jurídicas que justificam a decisão pelo casamento, como a facilidade em comprovar a união para fins de pensão em caso de falecimento do companheiro, e citou o caso de uma senhora que demorou quatro anos para conseguir comprovar judicialmente a união estável com o marido. Sem emprego porque o deixou para cuidar do companheiro por conta da doença que teve, a senhora passou por dificuldades financeiras, precisou morar de favor e contraiu diversas dívidas. “Os direitos da união estável estão aquém dos direitos do casamento”, explicou a magistrada, que está no segundo casamento e vive há 21 anos com o atual marido. 

Para a juíza, casar vale a pena. “Amar é isso, é querer dar ao outro o que de melhor pode oferecer. Não vamos desprezar esta oportunidade”, aconselhou. Entre os princípios que regem o casamento, a juíza destacou três que considera muito importantes: o respeito á dignidade da pessoa humana, o fato de hoje não haver mais a figura do “chefe” da família, e o princípio da afetividade. “Quando casamos, aceitamos as qualidades e defeitos do outro. Precisamos respeitar o indivíduo como ser humano, conversar sempre. O afeto não pode deixar de existir enquanto o casal estiver junto”, afirmou no encontro, finalizado com a leitura do poema “O Amor”, de Carlos Drummond de Andrade pela juíza Raquel e pelas juízas  Andréa Barroso Silva de Fragoso, Lísia Carla Rodrigues, Daniela Brandão Ferreira, Flávia Justus e Mylene Glória Pinto Vassal. 

“Vocês não vão se arrepender deste passo. Tudo é melhor, mais fácil de resolver. E há esta satisfação do casamento”, disse a juíza Daniela Ferreira, que também passou pela experiência de viver em união estável e se casou neste ano. Ela realizou a primeira audiência de conversão de união estável em casamento do evento, oficializando o relacionamento da funcionária da Diretoria de Engenharia Daniela Costa Barbosa, de 26 anos, e do barbeiro Leonardo Castro da Silva, de 32. O casal aproveitou a oportunidade para mudar a classificação civil da relação, que teve início em setembro de 2012, e dar continuidade aos projetos a dois. “Agora, vamos correr atrás da nossa casa e meu filho quer um irmão. A família vai parar de pressionar para casar”, brincou a noiva.  O Ministério Público também esteve presente no evento, representado pelo promotor Renato Monteiro Sardão.

No próximo dia 7 de dezembro, às 15h, será realizada a cerimônia civil que irá celebrar os casamentos oficializados neste sábado.  O evento acontecerá no auditório Antônio Carlos Amorim, na Av. Erasmo Braga, 115, 4º andar, no Centro, e contará com a presença de um coral, além do tradicional bolo de casamento que será oferecido aos noivos e seus convidados.

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